Por que Pandora on The road ?
Quebramos muito a cabeça nessa tarefa de escolher o nome do Projeto, pois é o nome que confere identidade, que dá alma a todo o processo. Sempre achamos importante que esse nome fosse impactante e tivesse um bom apelo junto aos nossos leitores, mas era tanto quanto essencial que significasse algo pra nós, que tivesse a ver com a nossa história. Todos os nomes relacionados a “mundo” já existem (mundo por terra, mundo a volta, mundo de cabeça pra baixo), e também não queríamos ser mais do mesmo.
Uma das maiores dificuldades desde o início foi saber que a Pandora, nossa filha de 4 patas – uma pug tão encantadora quanto maluquete – não poderia embarcar conosco nessa aventura. São muitos os empecilhos. De início, a Pandora pertence ao grupo dos braquicefálicos, cães que têm o focinho curto e maior propensão a estresse térmico e à exaustão do que outras raças. Ela parece um carburador furado quando está cansada. Eles sofrem muito no calor e a Pand já foi parar mais de uma vez na emergência devido a uma crise de hipertermia (choque térmico relacionado ao estresse e à alta temperatura). Assim, ela não poderia nos acompanhar em trilhas e nem poderíamos deixá-la no carro sem um fluxo de ar ou exposta ao sol (imagina o perigo de deixar uma fresta nas janelas do carro com todas as nossas coisas dentro!). Outro problema recorrente seria passar com um cachorro nas incontáveis fronteiras que teremos pelo caminho. Muitas vezes os agentes já implicam com o carro, objetos ou até mesmo com os passageiros, imagina quando surgisse um cão na história.
Pois bem, quem ama cuida, e não podíamos levar a mini-baleia (sim, ela tem muitos apelidos!) numa expedição de mais de 3 anos sob essas condições. Ela recém completou 5 anos de vida e ainda teremos muito tempo na volta pra conviver com nosso gremlin peludo. A Pandora ficará na casa dos pais do Edu, em Sampa, eles tem uma casa enorme com quintal e ela será amada e muito bem cuidada pelos meus sogros e pela minha cunhada Ane Brancalion, que ama bichinhos e cuidará dela como uma filha.
Os viajantes costumam dar ao carro algum apelido “querido”, já que o veículo praticamente se transforma em um terceiro integrante da jornada. É muito fácil criar tal apreço pelo carro, que será o grande responsável por nos levar a todos os cantos do planeta. Poxa, é uma grande responsabilidade!
Desse jeito, logo nos veio em mente que nossa Land Rover não poderia ter outro nome que não Pandora! Seria um jeito de homenageá-la e de ela viajar com a gente por esse mundão, mesmo sem estar presente de corpo e patas. Fora que esse nome faz todo sentido, pois o carro é uma verdadeira “Caixa de Pandora” e vai apresentar diversas surpresas pelo caminho. Daí até chegarmos no nome do projeto foi um pulo: Pandora on the Road. Sentimos que é um nome que tem tudo a ver com a nossa essência, que tem um significado todo especial pra nós, mas que também tem uma boa sonoridade, e que teria uma boa receptividade entre nossos seguidores e companheiros de viagem. Além do que, é compreensível tanto aqui como fora do Brasil.
Tomar essa decisão de deixar a Pandora com certeza é a parte mais difícil. Todos os leitores e “pais” de animaizinhos vão entender o que estamos sentindo. Deixar os nossos empregos, apartamento, a cidade em que moramos, faz parte do processo de desapego, mas não possuem tamanho envolvimento emocional. Mas como toda escolha é uma renúncia, e escolhemos sair fora da caixa e pegar a estrada rumo a tantas experiências transformadoras, fomos obrigados a renunciar à convivência com a Pand nesse momento. Mas ela vai estar rodeada de muito amor com as nossas famílias, e sorte de quem vencer a disputa, que vai receber as lambidas mais cheias de puro amor e felicidade da face da Terra.
Vocês vão poder acompanhar algumas aventuras da Pand em Junho, quando ela vai junto por alguns dias em que visitaremos grandes amigos pelo Brasil afora. Por certo, aproveitaremos cada segundo da presença ilustre dessa figurinha de focinho achatado.
Por Rafa Vellinho.
Pandora